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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011


ALGUMAS LINHAS DA IMIGRAÇÃO NO BRASIL


Blogger Carlos Lima
No ano de 1.500 o Brasil foi demarcado como Colônia Portuguesa. Daquele ano até 1.822 o caráter de entrada no Brasil é classificada como Colonizadora. Naqueles 322 anos desde que o Brasil passou a ser controlado por Portugal vieram para cá praticamente, sem o livre arbítrio, os degredados por vários crimes: piratas, ciganos, condenados pela Inquisição da Igreja Católica, adúlteras, entre outros tipos de condenação, inclusive alguns escravos, que sinalizavam sua presença já em 1.525 em algumas Capitanias. De 1822 em diante, o processo imigratório começou, mas se intensificou de forma abrangente em 1888 com a Abolição da Escravatura e sem mão de obra para o desenvolvimento do País. E a partir de 1889 com a proclamação da República novas frentes de trabalho foram oferecidas no Brasil. E com isso vieram agricultores italianos e japoneses, bem como, comerciantes portugueses e árabes naquela primeira fase de imigração. Os agricultores procuraram então, os melhores locais, onde a agricultura fosse fértil para o plantio e a colheita. Várias regiões do Brasil receberam os imigrantes de várias raças e nacionalidades. E há registro de imigrantes em cada um de todos os Estados Brasileiros. O povo brasileiro que já tinha em sua formação o sangue Indígena, Africano e Português, passou a partir de 1889 à miscigenação de outras raças que também vieram a compor o cenário brasileiro comparo aqui a uma Arca de Noé aos moldes da colonização e neocolonização. Na primeira e segunda Guerra Mundial houve novos fluxos de imigração para cá., nos anos de 1914 e 1945. O Estado que mais concentra imigrantes por metro quadrado é sem sombra de dúvidas, a Região Sul do País. Uma quantidade enorme de portugueses, espanhóis, judeus, alemães, italianos, russos, poloneses, ucranianos, japoneses se instalaram no Sul. Um grupo de norte-americanos também se instalou em São Paulo, fundando a cidade de Americana, cidade do interior de São Paulo e em Goiás, comunidade de norte-americanos também se instalaram com fundamentação religiosa, avessos aos costumes atuais de modernidade. No Estado do Rio de Janeiro alemães se instalaram em Visconde de Mauá, Maromba, Maringá, Pavão e Cruzes (municípios de Resende e Itatiaia). Italianos fixaram-se em Porto Real – RJ e em os Finlandeses em Itatiaia-RJ em 1929. Porto Real tornou-se uma cidade próspera do ramo automobilístico e Penedo, um bairro turístico temático de Itatiaia-RJ e residência oficial do Papai Noel no Brasil.

A GUERRA DO PARAGUAI:UM LABORATÓRIO DE DOUTRINA MILITAR TERRESTRE POUCO EXPLORADO



A GUERRA DO PARAGUAI:UM LABORATÓRIO DE DOUTRINA MILITAR TERRESTRE POUCO EXPLORADO
Cel Cláudio Moreira Bento(x)
Caracterização Sumária
De 1865 a 1870 a Bacia do Rio da Prata foi o cenário do maior conflito entre nações das Américas - a Guerra do Paraguai. Ela envolveu de um lado do Brasil, a Argentina e o Uruguai, que formaram a Tríplice Aliança contra o Governo do Paraguai. Seu início teve lugar logo depois de término da Guerra de Secessão nos EUA, um conflito interno entre o Norte industrial e o Sul agropecuário e escravista daquele país. A Guerra de Secessão a considero o primeiro grande conflito da Era Industrial. Conflito que foi o prenúncio da Guerra Total. Nele, com o apoio na máquina a vapor foi possível a produção, em série, de munições e armamentos que aumentaram consideravelmente a densidade de fogo na superfície do campo de batalha. Isto obrigou o combatente, para sobreviver, a enterrar-se no terreno á procura dos abrigos, mais conhecidos por trincheiras – a marca registrada da I Guerra Mundial em sua primeira fase.A Guerra de Secessão, com a qual a Guerra do Paraguai apresenta muitas semelhanças e recebeu fortes influências, somente foi estudada criticamente, á luz dos fundamentos da Arte de Guerra, entre as duas últimas Grandes Guerras.Os chefes, pensadores, planejadores e historiadores militares norte-americanos lamentaram profundamente o atraso do estudo, em razão dos valiosos ensinamentos que ela sugeria e que poderiam ter sido incorporados á Doutrina Militar do Exército dos EUA na I Guerra Mundial. E, mais, eles se conscientizaram da importância do conflito no contexto da evolução da Doutrina Militar Mundial.Importância Histórica- Militar da Guerra do ParaguaiA Guerra do Paraguai, o maior conflito entre nações das Américas e a maior experiência bélica do Brasil até hoje, carece de um estudo crítico militar mais profundo, como de resto quase toda História Militar Terrestre do Brasil. Esta vinha sendo estudada, na maioria das vezes, de forma empírica, ao invés de científica ou crítica a luz dos fundamentos da Ciência e da Arte Militar. Sua abordagem vinha sendo feita, predominantemente, de maneira descritiva e não crítica ou analítica. Sob os dois últimos aspectos, crítico e analítico, é que a História Militar contribuiu para a formação dos grandes Capitães da História: Júlio Cesar; Alexandre, o Grande; Gustavo Adolfo; Frederico, o Grande; Napoleão e tantos outros, conforme eles mesmos proclamaram, bem como do nosso grande Duque de Caxias, que encontrou nas manobras de flanco Humaitá e Piquiciri, na Guerra que ora estudamos, passaporte seguro para figurar, sem favor nenhum, na galeria dos grandes Capitães da História ou dos grandes mestres da Arte da Guerra.Estudo crítico ou analítico da História Militar, assim enfatizado, por Frederico, o Grande, ao professor da matéria seu filho:“Não ensine História Militar a meu filho como se ensina a um papagaio. Faça-o meditar, racionar e tirar conclusões próprias e ensinamentos."As abordagens predominantes descritivas e não críticas ou analíticas e também mencionadas como cientificas de nossa História Militar, á luz dos fundamentos de uma Doutrina Militar, contribuíram para o desprestígio da disciplina entre nossos chefes militares. E isto era justificável, por não verem eles resultados práticos das atividades de História, no sentido de contribuições para o desenvolvimento de uma Doutrina Militar Brasileira, com índices progressivos de nacionalização, mas incorporando o que de melhor existir em doutrinas de Exércitos de grandes potências e potências militares mundiais..Índices progressivos de nacionalização calcados no estudo crítico - militar de nossas experiências acumuladas em quase 5 séculos, em lutas internas e externas, nos mais variados rincões do Brasil. Experiências predominante vitoriosas, que contribuíram para configurar e manter um Brasil de dimensões continentais que não são obra de um milagre. Mas sim fruto, em grande parte, de judiciosas soluções estratégicas, táticas e logísticas militares brasileiras. Soluções decorrentes, por seu turno, da correta aplicação dos fundamentos da Arte da Guerra ao problema brasileiro, por militares portugueses e brasileiros do passado, caracterizados por um fator de decisão militar constante - o Terreno brasileiro, com suas variadas características - e por um importante e característico elemento do Fator Militar - o soldado brasileiro.Acreditamos que muitas daquelas soluções, se estudadas criticamente por chefes, pensadores, planejadores e historiadores militares brasileiros, servirão de ferramentas para alicerçar o Exército Brasileiro do futuro. Um Exército - esteio terrestre da defesa de um Brasil Potência por nós sonhado e possuidor de Poder Militar Defensivo Dissuasório Compatível, para proteger as nossas riquezas minerais de nossa Amazônia Verde, o Povo e a Integridade e a Soberania do Brasil. Uns pais hoje com o bordão presidencial Brasil rico e pais sem pobreza. Bordão que com o apoio nas lições da História Militar mundial, como historiador militar há 41 anos eu complementaria com a expressão e militarmente seguro.Militarmente seguro ao dispor de um Exército, como braço armado do povo brasileiro e dotado de uma Doutrina Militar com expressivos índices de nacionalização. Isto como fruto, em parte, de análise crítica do seu passado, para o entendimento do seu presente e desenvolvimentos das capacidades de estimar o seu futuro militar e de formular e praticar Doutrina Militar dinâmica e coerente com este futuro, conforme procederam os Exércitos das grandes potências e potências militares.Creio que se a Guerra do Paraguai for estudada criticamente a fundo pelos países que nela combateram como o foi a Guerra de Secessão pelo Exército dos EUA, em data recente, trará valiosa contribuição aos militares sul-americanos em apoio a uma Doutrina Militar das nações integrantes do MERCOSUL, para o defenderem militarmente, se necessário, no insondável terceiro. Milênio apenas iniciado.É possível que a Guerra do Paraguai ela venha a ser considerada, como a considero, como o primeiro grande conflito entre nações na Era Industrial. Como se verá nela a máquina a vapor se fez presente nos navios de nossa Marinha, numa ferrovia do adversário e numa ferrovia logística construída por nossa Marinha.O Brasil - potência mundial deverá, necessariamente, ser potência militar. Ao estudar e analisar criticamente as grandes potências mundiais, na qualidade de pesquisador e instrutor de História Militar de 1978/80 na Academia Militar das Agulhas Negras, cheguei a uma conclusão simples: Todas são potências militares, possuidoras de Doutrina Militar própria ou com elevados índices de nacionalização. Nenhuma copiou doutrina alienígena, sem a adaptar as suas realidades operacionais, como Caxias procedeu em 1861, como Ministro da Guerra e Chefe do Governo do Brasil, ao adaptar as realidades operacionais sul americanas. que ele vivenciara em 5 campanhas militares vitoriosas que comandara, a Doutrina Militar do Exército de Portugal, de influência inglesa feita para as realidades operacionais européiasO campo de batalha foi, é e continuará sendo o melhor laboratório de pesquisa para o desenvolvimento de uma Doutrina Militar.Não existe nenhum sucedâneo eficiente. O que longe se aproxima são as manobras. Estas por sua vez, de alto custo.E em Os Lusíadas, Luiz de Camões, o poeta soldado que perdeu uma vista em combate, na área onde fica o Viet Nam, em sua missão de contribuir para conquistar o Pensamento Político de Portugal: Dilatar a Fé Católica e o Império Português, assim referiu de certa forma a Doutrina Militar como A Disciplina Militar Prestante, ao afirmar.“A Disciplina militar prestante, não se aprende senhores na fantasia, senão vendo. tratando e pelejando.”Vendo, considero como estudando, tratando, considero como participando de manobras militares e pelejando como participando de combates. E assim absorvendo as normas da Doutrina Militar que regulam a força militar a que pertence.Acreditamos que a Guerra do Paraguai, o maior e mais marcante conflito enfrentado pelo Brasil e o maior entre nações das Américas, ainda se constitua em importante laboratório, com vistas ao desenvolvimento das Doutrinas Militares. Isto não só a do Brasil, com a de nossos irmãos uruguaios, argentinos, bolivianos e paraguaios. Para os dois últimos o valor será maior, se esta experiência for comparada com a última que ambos tiveram, ao se defrontarem na Guerra do Chaco em 1935 - a última guerra convencional envolvendo nações das Américas.O então Marquês de Caxias, Ministro da Guerra e experimentado e consagrado infante de vocação e tradição, ao adaptar para o nosso Exército em 1861 as Ordenanças de Infantaria do Exército de Portugal, o fez com ressalva de que essas estariam em vigor “até que nosso Exército possuísse uma doutrina genuína.” E foi esta doutrina militar de Portugal adaptada as realidades operacionais sul-americanas por Caxias que foram seguidas por nosso Exército durante toda a Guerra do Paraguai.O Marechal Floriano Peixoto, como Presidente da República, determinou que o Oficial Engenheiro Cel Emilio Jourdan, veterano da guerra e construtor de algumas pontes da célebre Estrada do Chaco, escrevesse uma história do conflito, para servir de subsídio "aos alunos de nossas escolas militares, com o objetivo “ de conhecerem as realidades operacionais sul-americanas.”O Marechal Bernardino Borman, veterano da guerra, ajudante-de-ordens e biógrafo de Duque de Caxias, e mais tarde chefe do Estado-Maior do Exército, com aquele objetivo escreveu a sua visão da Guerra do Paraguai.Ainda oficial de Estado-Maior, o mais tarde General Tasso Fragoso começou a estudar aquele conflito. Seu estudo foi traduzido na monumental obra A Guerra da Tríplice Aliança - editada quando era chefe do Estado-Maior do Exército. Obra predominantemente descritiva, foi trabalhada tecnicamente pelo Coronel Ruas Santos, que a enriqueceu e a transformou em instrumento de trabalho indispensável a estudos críticos futuros.O Estado-Maior do Exército em sua Portaria 061, de outubro de 1977, marcou os seguintes objetivos para as atividades de História no Exército:Contribuir para a formação e o aperfeiçoamento dos quadros e da tropa;Contribuir para o desenvolvimento da doutrina das Forças Terrestres brasileiras;Preservar e divulgar o Patrimônio Histórico-Cultural do Exército. Com isto, orientou a História no Exército para aspectos predominantemente crítico - militares, em apoio á formação dos seus quadros e ao desenvolvimento de uma doutrina militar terrestre brasileira, tarefa que há 15 anos a Academia de História Militar Terrestre Brasileira se empenha realizar em cooperação com o nosso Exercito.. Causas da Guerra, para o Brasil O Brasil foi á guerra contra o Governo do Paraguai depois de sua Soberania e Integridade serem agredidas pelo Governo do adversário:Agressão á Soberania, através da ameaça à livre navegação brasileira nos rios Paraná Paraguai, caracterizada pela ereção da fortaleza de Humaitá sobre o rio Paraguai, e prisão, em Assunção, do Presidente de Mato Grosso, quando, depois de partir do Rio de Janeiro, viajava para assumir o seu posto. Os rios Paraná e Paraguai eram elos fazia dois séculos de ligação do Centro do Poder do Brasil com sua Província de Mato Grosso.Agressão à Integridade materializada pelas invasões e ocupações temporárias de territórios brasileiros no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso. Desenvolvimento da Guerra - Síntese Ofensiva AdversáriaA iniciativa das nações coube ao adversário. Manobrando em linhas interiores ele invadiu o indefeso sul de Mato Grosso. Em Douradas, ocorreu o épico episódio da resistência até a morte do Tenente Antônio João, atual Patrono dos Oficiais do Quadro Auxiliar.Depois foi a vez da província argentina de Corrientes e do Rio Grande do Sul.Em 11 de junho de 1865, nossa Marinha obteve a retumbante e decisiva vitória naval de Riachuelo, a maior batalha naval da América do Sul e ponto de inflexão do conflito, de ofensiva para defensiva adversária.Nesta batalha, forças navais e terrestres brasileiras embarcadas, puserem fim á capacidade ofensiva estratégica do adversário.O termino da ofensiva adversária, no sul, foi selado com a rendição em Uruguaiana, aos aliados, das tropas invasoras, em presença do Imperador D. Pedro II.A invasão adversária da província de Corrientes provocou o ingresso da argentina na Guerra. Foi formada então a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) contra o Paraguai. Ofensiva AliadaOs aliados, depois de Uruguaiana, passaram à ofensiva, tendo como objetivo militar estratégico a conquista da Fortaleza de Humaitá e, político-estratégico, a conquista de Assunção, capital adversária.Em 16 e 17 de abril de 1866, sob a liderança do intrépido General Osório, atual Patrono da Cavalaria do nosso Exército, forças navais e terrestres aliadas, em ação conjunta, em operação que poderíamos hoje classificar de anfíbia, transpuseram o rio Paraná em Passo da Pátria, concretizando a invasão do território do adversário. Isto depois de bem sucedida ação divisionária sobre o Forte Itapiru, consumada com a conquista e manutenção da Ilha da Redenção, por uma força-tarefa integrada por infantes, artilheiros e engenheiros ao comando do tenente-coronel Vilagran Cabrita, atual Patrono da Arma de Engenharia de nosso Exército, que nesta ação perdeu a vida, atingindo por obus adversário quando redigia a parte da vitória.Prosseguindo o avanço aliado, ainda sob a liderança de Osório, travou-se a Batalha de Tuiuti, a maior batalha campal da América do Sul. Esta batalha pôs fim á capacidade ofensiva estratégica adversária. Nela, Osório, liderando uma manobra defensiva em posição, conseguiu anular o duplo envolvimento intentado pelo adversário. Foi ferido mortalmente nesta batalha o Brigadeiro Sampaio - atual Patrono da Infantaria de Exército, o Bravo dos Bravos de Tuiuti, após desenvolver papel decisivo para vitória à frente de sua bem treinada e valente Divisão de Infantaria Encouraçada. Destacou-se e consagrou-se igualmente o então Coronel Emílio Mallet, atual Patrono da Artilharia, com sua "Artilharia Revólver" postada atrás de um fosso escavado pelo Batalhão de Engenheiros de Conrado Bittencourt que integrava a sua Artilharia e que amparou e manteve o seu flanco esquerdo, atuando como Infantaria. E em sua manobra de Penetração ao longo do rio Paraguai, os aliados sofreram sério revés frente á fortaleza de Corupaiti. O insucesso desse desastre cobrou o alto preço de cerca de 4000 vidas brasileiras, resultado da inobservância do Princípio da Unidade de Comando, agravado pelo não-reconhecimento da posição e descoordenação dos ataques terrestres e destes com os navais.Era impositivo um comando único. E Caxias, do Partido Conservador foi nomeado comandante pelo Partido Liberal no poder. E arquitetou suas vitórias. Depois de obter suficiente suporte logístico passou a ação. Flanqueou Humaitá e fez cair, pela manobra, este objetivo militar estratégico que deteve por 2 anos os Aliados. A sua ultrapassagem e conquista representou a perda da capacidade defensiva estratégica adversária. Para vencê-la, Caxias usou dois balões cativos de reconhecimento que mandou vir dos EUA e que inicialmente foram operados pelos irmãos Allen, veteranos do Exército da União na Guerra de Secessão. A nossa Marinha construiu pequena ferrovia para realizar o apoio logístico da parte da Esquadra infiltrada entre as fortalezas adversárias de Curupaiti e Humaitá.Prosseguindo rumo ao objetivo final - Assunção, os aliados se defrontaram com fortificações apoiadas no arroio Piquiciri. Para ultrapassá-las, Caxias concebeu ousado plano de abordá-las através de estrada a construir sobre o Chaco, para cair de surpresa sobre a retaguarda profunda do adversário, cortando a ligação que este mantinha com Assunção.Seu plano implicava em correr Risco Calculado. Ou seja: sacrificar o princípio de guerra Segurança, ao atravessar com o grosso de suas tropas uma região sujeita a inundações repentinas. Isto, em beneficio do princípio de guerra Surpresa. No caso, desembarcar na retaguarda profunda adversária, sem lá ser esperado, e colher assim todas as vantagens militares decorrentes.O Corpo de Pontoneiros do Rio Grande do Sul e o Corpo de Engenheiros do Rio de Janeiro executaram, com grandes sacrifícios, 8 pontes, e cerca de 8 quilômetros de picadas, e a estivaram com milhares de troncos de palmeiras o caminho da vitória aliada - a Estrada do Chaco - feito épico, orgulho de nossa Engenharia de Combate e sobre a qual marcharam os infantes, cavalgaram os cavalarianos e foram tracionadas algumas peças de Artilharia que, sob o comando pessoal do atual Duque de Caxias e Patrono do Exército Brasileiro, e da Federação de Academias de História Militar Terrestre do Brasil (FAHIMTB) e suas 4 AHIMTB filiadas, caíram de surpresa na retaguarda profunda adversária em Santo Antônio, obtendo a Surpresa Estratégica. Esta circunstância incomum na guerra é o prêmio mais cobiçado dos verdadeiros artistas da guerra, por proporcionar a vitória com o mínimo desgaste e com o máximo rendimento militar.Teve lugar então a Dezembrada, conjunto de batalhas tais como Itororó, Avai, Vileta, Lomas Valentinas, que acabaram com a capacidade defensiva tática do adversário, obrigando-o a refugiar-se nas montanhas da Cordilheira e deixando livre e aberto o caminho para o objetivo final - Assunção, cuja ocupação aliada caracterizou, no campo estratégico, o fim da guerra. A redução das últimas resistências adversárias ficou a cargo do Conde D'Eu, genro do Imperador D. Pedro II. A Guerra teve seu epílogo em Cerro Corá, em 1º de março de 1870, com a morte em ação do Marechal Solano López, que morreu de espada em punho, como um bravo, coerente com seu ideal que na ocasião chocava-se com o interesse nacional brasileiro e se constituiu em ameaça á Soberania e integridade do Brasil. São coisas de um passado longínquo e feridas cicatrizadas, alicerces para uma cooperação mais íntima e produtiva para ambas as nações para construírem em conjunto uma Doutrina Militar Terrestre a serviço da proteção militar do MERCOSUL.Neste conflito enfrentamos um dos mais valorosos e disciplinados soldados sul-americanos e em sentido figurado, cinco grandes generais adversários, que explicam as dificuldades enfrentadas pelos Aliados até Assunção e a grande duração do conflito. Foram aqueles generais: O General Distância de Apoio Logístico, Ou seja, a distância do Centro do Poder do Brasil no Rio de Janeiro, separado do TO, nos confins da Bacia do Prata, por milhares de quilômetros de caminhos marítimos e fluviais. Este general temível seria mais tarde enfrentado pela Inglaterra na Guerra dos Bôers na África do Sul e pela Rússia, na Guerra Russo-Japonesa no TO da Coréia e ultimamente pelos ingleses na Guerra das Malvinas. -O General Terreno Adversário desconhecido, difícil por natureza e agravado por centenas de fortificações. -O General Paraná, interposto inicialmente entre os aliados e adversários em Passo da Pátria, obstáculo de vulto vencido com grandes sacrifícios e enfrentado depois da invasão, separando a Zona de Administração Aliada, em Corrientes, da Zona de Combate em território adversário. -Os Generais Tifo e Cólera, que ceifaram milhares de vidas aliadas ou chegaram, em períodos críticos, a neutralizar a capacidade ofensiva tática aliada. Reflexos da Guerra na consolidação do Exército Esta guerra, em plena Era Industrial, veio comprovar que um exército não mais podia ser improvisado, de uma hora para outra, em razão da crescente sofisticação da Ciência da Guerra.Em realidade, desde a sua criação, em 1824, o Exército brasileiro sofreu diversas pressões que se refletiam negativamente em sua consolidação.A principal delas foi a criação da Guarda Nacional, na Regência, cópia de similares na França e Estados Unidos. Esta instituição perdurou até a I Guerra Mundial, quando foi absorvida como 2ª linha do Exército no governo de Wenceslau Brás. Graças ao prestígio do Duque de Caxias e dos Marechais Osório e Câmara, heróis do conflito e Ministros da Guerra entre 1870/80, foram minimizados os esforços tendentes ao enfraquecimento e desprestígio do Exército.No bojo da luta republicana, fruto da Questão Militar, emergiram no Exército duas correntes: a dos profissionais militares, desejos de um exército forte á altura das necessidades de Segurança Nacional, e a dos científicos ou bacharéis em Ciências Físicas e Matemáticas, muitos adeptos do Positivismo - a religião da Humanidade - , cujos reflexos na consolidação da instituição foram prejudiciais. Isto, em razão de seus adeptos militares não interpretarem e praticarem a nova filosofia, como o fez o Marechal Rondon. Este ha um tempo só dedicado à integração do Brasil e ao índio, á Humanidade e, profissional de raros méritos, encarregado de combater a Revolução de 24 e indicado pelo General Gamelin, chefe da Missão Militar Francesa, como o general que reunia na época as melhores condições para comandar o Exército Brasileiro numa eventualidade de guerra. A corrente dos profissionais representada no Governo por Deodoro e Floriano não se fez ouvir.Predominou a corrente dos científicos, com o regulamento do Ensino Militar baixado pelo Ministro da Guerra Benjamin Constant, em 1889 que potencializou o Regulamento de 1874 de predominância cientifica e não profissional militar. Regulamento voltado em demasia para a formação de oficiais bacharéis em Ciências Físicas e Matemáticas, sem a necessária formação militar, levando alunos de nossa Escola Militar na Praia Vermelha a ridicularizaram nossas tradições militares e debochavam, segundo Tasso Fragosso, “dos desfiles dos veteranos do Paraguai que marchavam com os peitos cobertos de medalhas.”,Por isto o Brasil pagou alto preço em Canudos, na Bahia, e na Revolução Federalista (1893/95), no Rio Grande Sul, Paraná e Santa Catarina, onde o Exército revelou o mais baixo índice de operacionalidade de sua história. Os Oficiais bacharéis estavam na política ou na administração. A tropa estava acéfala, liderada por chefes improvisados, despreparados e manipulados por lideranças políticas estaduais. A isto tudo assistiram imponentes alguns adeptos do profissionalismo militar, veteranos e filhos ou parentes de chefes da Guerra do Paraguai, como Hermes da Fonseca, João Nepomuceno Medeiros Mallet, Bernardino Bormam, Machado Bittencourt - atual Patrono da Intendência - e outros. Medeiros Mallet criou o Estado-Maior do Exército e marcou assim o início de uma gradativa Reforma Militar, visando ao progresso e consolidação do Exército. Criou em Piquete - São Paulo a fabrica de Pólvora sem fumaça e Machado Bittencourt introduziu o suporte logístico nas operações contra Antônio Conselheiro.Em 1904. Hermes da Fonseca, Comandante da Guarnição do Rio, realizou as primeiras manobras do Exército em Santa Cruz, seguindo o exemplo do Conde D`Eu, do qual fora Ajudante de Ordens e que realizara manobras militares em 1885, em Santa Cruz- RJ, Porto Alegre e em Saicã- RS.Na Escola Militar da Praia Vermelha reinavam os científicos.Por esta época teve lugar em 1904, na referida Escola a Revolução da Vacina Obrigatória. Chegara oportunidade para corrente profissional militar do Exército, chamada pejorativamente pelos bacharéis ou doutores de tarimbeiros... A escola foi fechada por um ano e depois extinta. A reforma de 1905 extinguiu o título de Alferes e introduziu o de Aspirante a Oficial. Os antigos Tenentes e Capitães do Exército, veteranos da Guerra do Paraguai, retomaram o elo perdido da consolidação da Reforma Militar Fizeram a Reforma do Exército de 1908, a implantação do Serviço Militar Obrigatório( que fora implantada pelo Duque de Caxias em 1874 mas não continuada por seus sucessores ) e a absorção da Guarda Nacional como 2ª linha do Exército durante a Primeira Guerra Mundial, no Governo do ilustre mineiro e amigo do Exército Dr. Wenceslau Braz, personalidade marcante a quem se deve a localização, em 1922; ás margens do Sapucaí, em Itajubá, do 4º Batalhão de Engenharia de Combate, que tive a honra de comandar.em 1981/82., mas que não consegui aprovada a minha proposta do Batalhão ter como denominação histórica Presidente Wenceslau BrazAfastada a Guarda Nacional, outra ameaça à consolidação do Exército se fez sentir particularmente a partir de 1922. Foi o super dimensionamento das Polícias Militares, dotadas algumas de todas as armas, blindados e até aviação e com capacidade de operar em outros estados, desviando-se, por contingências, das funções precípuas de Segurança Pública.Esta ameaça foi superada com a Revolução de 1930, liderada no campo militar por oficiais egressos da Escola Militar do Realengo, a maior parte de ex alunos da Missão Indígena, da Escola do Realengo, e constituída de uma equipe de instrutores de escol, selecionada em concurso pelo Estado-Maior do Exército e que formou oficiais de alto padrão profissional e com uma visão ampla, realista e nacionalista dos caminhos a serem percorridos pelo Brasil, para atingir o seu destino de grandeza. Foram os alunos da Missão Indígena 918/22 que criaram a Escola Superior de Guerra.Permanência dos Ensinamentos Cívicos da GuerraOs ensinamentos cívicos da Guerra de Paraguai continuam evidentes na vida nacional e, em especial, noExército e na Marinha. O Patrono do Exército é o Duque de Caxias, o arquiteto da vitória rápida nessa guerra. Outros heróis do conflito como Osório, Sampaio, Mallet, João Manoel e José Luiz Mena Barreto, Vilagran Cabrita, Severiano da Fonseca, Machado Bittencourt e Antônio João são os vultos maiores da Cavalaria, Infantaria, Artilharia, Engenharia, Serviço de Saúde e Oficiais do Quadro Auxiliar.O Conde D`Eu, o Conde de Porto, Polidoro, Andrade Neves, Câmara, Conrado Bittencourt, Tiburcío, Deodoro Gurjão e muitos outros tem seus exemplos evocados quase que diariamente em todos os quartéis do Brasil. Milhares de ruas, praças e edifícios espalhados pelo país imortalizam os nomes dos bravos citados e evocam seus exemplos. Poderia afirmar que a maioria das tradições do nosso Exército possui fundamento em sua participação neste conflito.Foi dos campos do Paraguai que teve início a chama da Abolição, acendida pela oficialidade, em campanha, e transmitida ao Visconde de Rio Branco em memorável sessão que ele presidiu na Loja Maçônica Fé, em Assunção.De retorno ao Brasil, sob o impacto da forte pressão recebida, assomou á Tribuna do Senado por diversas vezes, até ver, no ano seguinte aquela reunião, aprovada a Lei do Ventre Livre, primeiro passo para a Abolição.Permanecem vivos os ensinamentos cívicos à nossa Marinha legados pelo Almirante Tamandaré e por Barroso, Greenhalgh, Marcílio Dias, em Riachuelo. E os de Ana Nery, Rosa da Fonseca e Ludovina Portocarrero, exemplos mais ilustrativos do valor e patriotismo da mulher brasileira.Significado das Operações na Formação das novas Gerações do ExércitoA guerra do Paraguai oferece um manancial de ensinamentos doutrinários às atuais e futuras gerações militares do Exército e da Marinha, bem como das Forças Armadas dos países que integram o MERCOSUL, com vistas à proteção militar deste mercado e em especial as Forças Armadas do Cone Sul. . Pouco foi explorado criticamente até o presente, conforme evidenciamos. Quem vem pesquisando há 50 anos são as sucessivas equipes de instrutores de História Militar de nossa Academia Militar. E isto, em aspectos relativos á análise crítica dos Princípios e Qualidades de Chefia, Virtudes Militares, características do Soldado brasileiro, elementos do Fator Militar. E tudo com vistas aos objetivos da Portaria 061/77 do EME, além de uma infinidade de itens e assuntos que compõem uma Doutrina Militar nos campos da Organização, Equipamento, Instrução, Desenvolvimento das Forças Morais da Guerra e Emprego de um Exército. (x) O autor é natural de Canguçu - RS. Fundou e preside o Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul ( www.ihtrgs.com.br) e a Academia de História Militar Terrestre do Brasil (www.ahimtb.og.br) ora transformada em Federação de Academias de História Militar Terrestre do Brasil(FAHIMTB) com 4 AHIMTB filiadas . É sócio emérito do IHGB e Benemérito do IHGMB e integra as academias de História de Portugal.Espanha e Argentina e o Instituto Histórico do Uruguai. Foi instrutor de História Militar na Academia Militar das Agulhas Negras 1978/80 onde hoje tem a sua sede a FAHIMTB e seu acervo. E.mail bento1931@gmail.com. End Rua Florença 266 Jardim das Rosas 27.580-00o Itatiaia-RJOBRAS DO AUTOR E PARCEIROS, RELACIONADAS COM A GUERRA DO PARA GUAI E PRINCIPAIS CHEFES MILITARES DO EXERCITO QUE LUTARAM NESTA GUERRA1- BENTO, Claudio Moreira, Caxias e a Unidade Nacional. Porto Alegre: AHIMTB, 2003.2-(____).História da 3ª Região Militar 1808/1889.Porto Alegre. SENAI/RS, 1994.3-(____).General Osório o maior herói e líder popular brasileiro. Resende: AHIMTB/IHTRGS, 2008.4-(____). Brigadeiro Antônio de Sampaio, o patrono da Infantaria. Resende: AHIMTB/IHTRGS/ACANDHIS..20105-(____). Conde de Porto Alegre bicentenário. Porto Alegre: AHIMTB/IHTRGS, 2004. 2ª ed. anotada e comentada pelos autores 6-(____).Artilharia Divisionária da 6ª DE –Marechal Gastão de Orleans e Conde D`Eu. Porto Alegre, AHIMTB/IHTRGS, 2005.7-(___). Artilharia Divisionária da 3ª DE- Brigadeiro Hilário Gurjão. Resende: AHIMTB/IHTRGS, 2011.8-(___). História da 6ª DE- Voluntários da Pátria. Porto Alegre: AHIMTB,9-(___). História da 3ª DE - Divisão Encouraçada.Resende:AHIMTB/IHTRGS, 2008.10-(___) História da 6ª Bda Inf. Blindada- Brigada Niederauer. AHIMTB, 2003.Porto Alegre:11-(___) Historia da 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, Resende. AHIMTB, 2003.12-(___). Historia da 2ª Brigada de Cavalaria Mecanizada. Porto Alegre: AHIMTB/IHTRGS,2007.13-(___). História da 1ª Brigada de Cavalaria Mecanizada. Resende. AHIMTB/IHTRGS.2010.14-(___). História do Casarão da Várzea 1885-2008.Resende:AHIMTB/IHTRGS,2008.15- Escolas Militares de Rio Pardo 1859/1911. Porto Alegre:AHIMTB/IHTRGS,2005.Notas importantesFoi meu parceiro na autoria dos livros nº 5, 6, 7, 9, 10, 11,12,13,14 e 15 o historiador militar e acadêmico emérito Cel. Luiz Ernani Caminha George.Foram também nossos parceiros os historiadores militares e acadêmicos da FAHIMTB. Na obra nº 8 o Subtenente Reformado Osório Santa Figueiredo. E na obra nº 9 também o Major Andrei Clauhs e na obra nº 10 também, o Cel Mário José Menezes, e na obra nº 12, também o Sargento Reformado Carlos Fonttes e na nº 7 também o Cel Ernesto Caruso.As siglas AHIMTB. IHTRGS e ACANDHIS correspondentes a Academia de História Militar Terrestre do Brasil, Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul e Academia Canguçuense de História, são entidades fundadas e presididas pelo autor que figuram como entidades sob cuja égide as obras acima do Projeto História do Exército no Rio Grande do Sul foram publicadas.E obra didática importante sobre a Guerra do Paraguai e por organizada como instrutor de História Militar na AMAN.ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS- CADEIRA DE HISTÓRIA MILITAR. História Militar do Brasil. Volta Redonda: Gazetilha, 1979.2v(Texto e mapas). Obra patrocinada pelo Estado-Maior do Exército.É obra importante igualmente sobre Caxias e a Guerra do Paraguai e na forma de cronologia:GIORGIS, Luiz Ernani Caminha. Vida de Caxias Dia a Dia.Porto Alegre:FAHIMTB -AHIMTB/RS- IHTRGS,2011.Produzimos outros livros e artigos com referência a Guerra do Paraguai e seus chefes do Exército Brasileiro que podem ser encontradas referências em meu livro. BENTO, Claudio Moreira. Memória de minhas atividades como historiador militar e, em especial como historiador do Exército Brasileiro 1970-2009. Resende: AHIMTB/IHTRGS, 2009.

Defesa Nacional Brasileira - Cel. Claudio Moreira Bento


“ A PRESIDENTE DILMA ROUSSEF, COMANDANTE DAS FORÇAS ARMADAS DO BRASIL, DECLAROU
DIA 19 DEZEMBRO 2011, EM CERIMÔNIA MILITAR RELACIONADA COM OFICIAIS DAS FORÇAS
ARMADAS, A SUA DISPOSIÇÃO DE REEQUIPAR AS FORÇAS ARMADAS, O QUE NO PASSADO
CONSTITUIRAM PREOCUPAÇÔES E AÇÔES EFETIVAS DE ALGUNS PRESIDENTES.VEJAMOS !
Claudio Moreira Bento (X)
Como Ministro da Guerra, com o apoio presidencial, o Marechal Nepomuceno Medeiros Mallet,
filho de Bagé, deu inicio a Reforma Militar 1898/1902, balizada pelo construção da Fabrica de Pólvora sem fumaça em Piquete-SP, livrando o Brasil de importar este estratégico item e a criou o Estado- Maior do Exército, em substituição à Ajudância General.Como Ministro da Guerra, de 1906/1909, o Marechal Hermes da Fonseca, natural de São Gabriel, com o apoio de seu presidente promoveu a Grande Reforma de 1908 no Exército, importando armamento: fuzis, metralhadoras e canhões Krupp com as respectivas fabricas de munições sem ter de importá-las.
Marca a sua administração a criação das Brigadas Estratégicas e a Arma de Engenharia, hoje construindo obras para o PAC, inclusive aeroportos, como adestramento militar para missões de Engenharia de Combate. E como Presidente enviou oficiais para estagio no Exército da Prússia , que de retorno através da instrução e da Revista A Defesa Nacional promoveram um salto de qualidade na Doutrina do Exército e passaram a história como Os jovens turcos.De 1914/1918, na Presidência de Wenceslau Braz e durante a 1ª Guerra Mundial o Ministro da Guerra Marechal Caetano de Farias deu um grande impulso a Defesa Nacional, tendo ao seu final o Presidente Wenceslau Braz criado, em 1916 o Serviço Militar Obrigatório, que fora criado pelo Duque de Caxias, em 1874, como Chefe do Governo do Brasil, mas não implantado por seus sucessores. Transformou as Policias Militares. verdadeiros exércitos estaduais, que passaram a ser Reserva do Exército. Foi extinta a Guarda Nacional que seria substituída pelos CPORs e NPORs. Por detrás dessas providências atuava como conselheiro o grande Chanceler Barão do Rio Branco, grande historiador militar, além de diplomata de escol e por esta razão muito cultuado no Exército, no Clube Militar e também na Academia de História Militar Terrestre do Brasil como patrono de uma de suas cadeiras Com a Revolução de 30, na Presidência do Presidente Getulio Vargas durante cerca de 15 anos ele deu um grande impulso de qualidade à Defesa Nacional, desenvolvendo a Indústria de Armamentos e Munições Atuação no Exército através do Ministro General Eurico Gaspar Dutra. Lembrança deste período são os imponentes edifícios dos Ministérios da Guerra e da Marinha, da Academia Militar das Agulhas Negras , da Escola Naval, do Instituto Militar de Engenharia, da Escola de Comando e de Estado-Maior e o reequipamento e adestramento atualizado de nossas Forças Armadas em decorrência de participação de representações suas na 2ª Guerra Mundial e na proteção do Atlântico na costa do Brasil. A ação do Governo do Presidente Getulio Vargas no desenvolvimento em especial da Doutrina do Exército Brasileiro a focalizamos em Artigos no site http://www.ahimtb.org
Em 1966 no Governo do Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, Oficial de Operações da FEB e consagrado pensador e historiar militar crítico brasileiro, foi instalado em Manaus CIGS( Centro de Instrução de Guerra Selva) . Instituição que há 46 anos vem formando guerreiros de Selva com vistas, se necessário, conduzirem Guerras de Resistência, a estratégia do fraco contra forte, e fiel a estratégia” Integrar a Amazônia para não a entregar” No Governo do Presidente José Sarney, o Exército Brasileiro deu um grande salto qualitativo através do Projeto Força Terrestre 90, liderado pelo Ministro do Exército Gen Ex Leônidas Pires Gonçalves. A Academia Militar construída no Governo do Presidente Vargas de 1939/44, foi bastante ampliada e dotada de um moderníssimo Estande de Tiro. O Exército foi dotado de helicópteros que viria constituir a sua Brigada de Aviação. Grande Comando que hoje possui simulador de vôo projetado pelo Exército. Em Brasília foi construído um amplo e moderno Centro de Guerra Eletrônica e a Cartografia Militar passou a ser feita por satélite. ao invés dos complicados e dispendiosos levantamentos terrestres.Hoje o Brasil tendo evoluído para a sua posição de 5ª economia mundial ou de potência econômica e social, e emprestando dinheiro para o FMI, deve seguir a regra das atuais potencias e grandes potências militares. Ou seja, a de que Pais rico deve ser forte militarmente! . Ou no mínimo construir urgente poder militar defensivo dissuasório compatível, para proteger prioritariamente as nossas riquezas na Amazônia e no PRE SAL, cujas seguranças em face de uma agressão preocupam o Povo Brasileiro segundo pesquisa.divulgada pelo IPEA. Foi o que Portugal fez no Ciclo do Ouro construindo um complexo de fortes e fortalezas para proteger o ouro proveniente da Minas Gerais . Hoje são os tesouros do Povo Brasileiro, contidos na nossa Amazônia e no PRE SAL que precisam ser protegidos COM PODER MILITAR DEFENSIVO DISSUASSÒRIO COMPATIVEL . E desta ação o Congresso ,a Mídia, a Universidade e a Industria Nacional não podem ignorar as suas responsabilidades históricas. Vejam o poder militar dissuasório dos parceiros do Brasil no BRIC , Rússia, Índia e China . O Brasil rico e militarmente pobre onde fica ?O Brasil pode hoje ser considerado uma grande Hidropotência mundial traduzida pela sua riqueza em água potável, em especial na Bacia Amazônia, nela incluindo o enorme aqüífero sob ela . Dia viraque os navios petroleiros serão substituídos ou conviverão com navios cisternas para transportar água potável para os povos que dela não dispõem . Quem viver vera !Que a Presidente e comandante das Forças Armadas, com o concurso do Congresso, dos militares e de seus diplomatas consigam alterar o grau de sucateamento de nossas Forças Armadas, registrado em reportagem do Estadão o que nos levou como historiador e pensador militar terrestre brasileiro e jornalista a produzir em 6 dez 2011 o artigo O REQUIPAMENTO DAS FORÇAS ARMADAS E A EVASÃO DOS SEUS QUADROS e os enviar como cooperação a alguns assessores militares do Governo.“A História é a mestra da vida e a mestra das mestras” . O Grande Barão do Rio Branco a ela recorreu e ajudou o Brasil a aumentar o seu território com sólida argumentação e sem guerra. De uns tempos para cá os historiadores brasileiros civis e militares , salvo melhor juízo, estão a margem deste debate sobre Defesa Nacional e excluídos de longa data da Mídia. Creio seja um perigo para o Brasil. Pois é consagrado o pensamento de que “a História estuda o passado, para entender o presente ,para planejar e construir com mais segurança o futuro.” E o Brasil esta militarmente inseguro .Tomara que o Plano do Ministério da Defesa para 2012 consiga alterar este quadro a preocupar seriamente o Povo Brasileiro. E razões para tal procedem! Confirmar e obra de simples verificação.
(x) O autor Coronel reformado

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Blog Brazilian Education News

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Lancei algumas semanas atrás o Blog Brazilian Education News que trata dos assuntos relacionados à Educação Brasileira. Conto com o apoio de vocês e principalmente, que todos os seguidores deste blog também prestigiem comentando e acessando nossa página que é extensão desse blog. Abraços. Carlos Lima



Acessem: carloslima2064.blogspot.com

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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Itatiaia pode ganhar um museu -matéria publicada pelo Jornal Beira Rio


Itatiaia tem uma história intimamente ligada à produção cafeeira do século XIX. Nas terras que hoje fazem parte do município estão fazendas que exportaram café para vários cantos do país, entre elas a Belos Prados, Fazenda da Serra, Fazenda do Cazunga e a Fazenda Itatiaya que foi derrubada para a construção da represa do Funil. Dentre os nomes mais importantes da produção cafeeira na cidade está o de Manoel da Rocha Leão, que no ano de 1866 ganhou uma medalha no Salão de Paris pelo café produzido em sua fazenda, Alda Bernardes, luta para criar um museu reunindo peças deste tempo. A sede já existe, mas a reforma do local necessita de apoio financeiro.

Dona Alda Bernardes(foto acima) foi uma das responsáveis pelo movimento emancipacionista da cidade no ano de 1983 a 1988. Foi ela também quem fundou junto a outros membros fundadores a Academia Itatiaiense de História em 1° de Junho de 1992. Descendente de grandes cafeeicultores, dona Alda se orgulha de ter em casa peças da família que serão parte do museu.

__ Minha família tem uma história íntima ao café. Começando pelo Manuel da Rocha Leão. Meu avô também foi cafeeicultor e meu pai seguiu o caminho dele, só que com a produção leiteira, já que o café não estava em alta.

O projeto de Dona Alda para criar o museu começou há 60 anos, conta com muito bom humor.

__ Há sessenta anos eu estou reunindo este material. Foi quando eu comecei a pesquisar sobre a história da minha família e de Itatiaia.

Para a sede d o museu, Dona Alda comprou com recursos próprios uma casa do século XIX na Rua São José, uma das mais antigas do município. A Chácara Pequenina é feita de pau-a-pique com telhas coloniais. De acordo com Dona Alda, na chácara já morou uma das figuras mais importantes da história da cidade: o farmacêutico Reinaldo Maia Souto, que hoje dá o nome à maior escola do município, também na Rua São José.Como o prédio estava fechado há muitos anos, os problemas estruturais são sérios: parte do telhado foi destruída ; as paredes precisam de reparos, pois parte da pintura que cobre o pau-a-pique está à mostra; rachaduras estão por todo o canto e só uma grande reforma poderá trazer o brilho que o imóvel teve no passado. Apesar de apresentar uma série de problemas, conta Dona Alda, o imóvel tem um espaço adequado para o futuro museu.

__ A Casa conta com três quartos, uma sala de estar outra de jantar, uma cozinha, banheiros, varanda e um tereno grande. Ela será aproveitada por dentro e por fora.

O imóvel foi comprado no nome da Academia Itatiaiense de História por Alda Bernardes. Para a reforma do prédio, dona Alda elaborou um projeto com a ajuda de uma arquiteta e um engenheiro. No projeto foram orçados a mão-de-obra e o material a ser investido. Após o levantamento constatou-se que a reforma custará em torno de R$150 mil.

__ É um valor muito alto para a gente investir. Precisamos da ajuda de alguma empresa ou alguém que queira patrocinar.

Dona Alda está procurando a ajuda de grandes empresas e do comércio local. A proposta é que comerciantes da cidade possam doar o material ou alguma empresa banque o custo total da obra.

__ Em outubro a gente iremos numa empresa. Estou na torcida para que o museu fique pronto o quanto antes.

Enquanto o museu não é inaugurado, dona Alda guarda em casa o acervo que já vem adquirindo ao longo dos anos. Ao todo são 185 peças. São livros, panelas, penicos e até um carro de boi. Muitas peças são do acervo da própria família Bernardes.

__ Tenho algumas bengalas que foram dos meus avôs e bisavôs. Além disso, tenho umas sombrinhas que precisam só serem reformadas, pois ainda guardam o brilho daquela época.

Fonte: Jornal Beira Rio de 24 a 30 de setembro de 2010 - Página 17

sábado, 11 de setembro de 2010

André Rebouças – um brasileiro a frente de seu tempo – pelo acadêmico Carlos Lima da Silva




André Pinto Rebouças(Cachoeira, 13 de janeiro de 1838 - Funchal, 9 de maio de 1898) foi um engenheiro, inventor e abolicionista brasileiro. Filho de Antônio Pereira Rebouças(1798-1880) e de Carolina Pinto Rebouças. Advogado, deputado e conselheiro de D. Pedro II (1840-1889), seu pai era filho de uma escrava alforriada e de um alfaiate português. Seus irmãos Antônio Pereira Rebouças Filho e José Rebouças também eram engenheiros. André Rebouças ganhou fama no Rio de Janeiro, então capital do Império, ao solucionar o problema de abastecimento de água, trazendo-a de mananciais fora da cidade. Ao lado de Machado de Assis e Olavo Bilac; foi um dos representantes da classe média brasileira com patente ascendência africana e uma das vozes mais importantes em prol da abolição da escravatura.

Incentivou a carreira de Carlos Gomes, autor da ópera O GUARANI.



  • 1838 - Nasce em Cachoeira, na Bahia, com o nome de André Pinto Rebouças, filho de Antônio Pereira Rebouças e Carolina Pinto Rebouças.


  • 1842 - A família Rebouças muda-se para o Rio de Janeiro, André convalesce de um ataque de varíola.


  • 1854 - André e seu irmão Antônio ingressam no curso de engenharia da Escola Militar.


  • 1858 - Os irmãos Rebouças concluem o curso de engenharia.


  • 1860 - André e Antônio são promovidos a primeiro-tenente e recebem a "Carta de Engenheiro Militar".


  • 1861- De posse de uma bolsa de estudos, os dois irmãos embarcam para a Europa.


  • 1862- 25 de Outubro: os Rebouças estão de regresso ao Brasil. Começam a procurar emprego.


  • 1863 - André é nomeado para inspecionar as fortalezas do sul do Brasil. Permanece, ao lado de Antônio, em Santa Catarina.


  • 1864 - 1° de Janeiro: André está de volta à Corte. Antônio permanece em Santa Catarina.

Não conseguindo apoio para a sua idéia de construir diques múltiplos, no porto do Rio de Janeiro. André aceita uma comissão para estudar remodelações no porto do Maranhão. Começa a Guerra do Paraguai. .




  • 1865 - André volta para o Rio de Janeiro e apresenta-se como voluntário, seguindo direto para o teatro das operações militares. Cerco de Uruguaiana. André faz amizade com o Conde D´Eu, que acompanha o imperador em visita ao campo de batalha. Morre, no Rio, sua mãe, Carolina Rebouças.


  • 1866 - Abril: André participa da luta em Passo da Pátria. Maio: André é atacado pela pneumonia. Junho: participa da defesa do Tuiuti, mas é novamente afastado da batalha, contraíra varíola. Julho: está de volta ao Rio e pouco depois, desliga-se do Exército. Outubro: Zacarias de Góis, ministro da Fazenda, nomeia André inspetor das alfândegas do Rio de Janeiro.


  • 1871 - Depois de dar início a inúmeras obras e empreendimentos, por motivos políticos André é demitido de seu cargo.


  • 1872 - Viaja novamente à Europa, onde se empenha em obter auxílio para Carlos Gomes, que acabara de compor a Fosca.


  • 1873 - Junho: depois de sua excursão pela Europa, André chega a Nova Iorque, onde sente o peso do preconceito racial. Julho: volta ao Brasil.


  • 1874 - Passa a evitar a vida social na Corte. Limita-se a publicar nos jornais artigos sobre os mais variados assuntos. Morre seu irmão Antônio.


  • 1880 - Morre Antônio Pereira Rebouças, pai de André. André, pelos jornais engaja-se definitivamente na campanha abolicionista. Consegue o cargo de professor da Escola Politécnica.


  • 1883 - É eleito tesoureiro da Confederação Abolicionista. É o grande financiador um dos que orientam a campanha no Rio de Janeiro.


  • 1884- Libertação dos escravos no Ceará, Amazonas e depois em Porto Alegre. Rebouças procura reagir à corrente republicana.


  • 1888 - É extinta a escravidão no Brasil. Rebouças procura reagir à corrente republicana.


  • 1889 - Proclamada a República, André acompanha a família imperial a caminho do exílio.


  • 1891- Morte de Dom Pedro II. Rebouças demonstra sinais de desequilíbrio emocional. Embarca para a África.


  • 1892- André se estabelece em Funchal, na Ilha da Madeira.


  • 1898- Encontrado seu corpo estendido no mar, ao pé de uma rocha, bem em frente ao lugar em que morava. Teria cometido suicídio. Tinha 60 anos de idade.

Notas Históricas: Rebouças fez parte da comitivade uma expedição que foi liderada pelo Conde D´Eu e pela Princesa Regente D. Isabel à antiga Reserva Biológica do Itatiaia (antigo nome do Parque Nacional do Itatiaia) que era ligado ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Em homenagem a Rebouças um dos abrigos do Parque passou a se chamar Abrigo Rebouças.